segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Reitoria quer passar por cima da democracia.


No último Conselho Universitário, principal espaço de decisão da universidade, a Reitoria da Universidade Federal Fluminense e professores aliados atropelaram mais uma vez a democracia em nossa Universidade. Aproveitando- se do inicio das férias  e da desmobilização dos estudantes nesse período, alguns conselheiros tentaram acabar com o plebiscito que ocorrerá no final de Agosto.

O plebiscito, parte da reforma do estatuto da UFF que já se estende a mais  de 10 anos, irá decidir sobre os pontos polêmicos na reforma do estatuto, dentre eles a existência dos cursos de pos-graduaçao lato sensu pagos dentro da Universidade. O plebiscito foi aprovado pelo Conselho e o mesmo elegeu uma Comissão responsável pela sua realizaçao, que desde o inicio do ano vem tocando seus trabalhos. Além da tentativa de ganhar essa disputa no tapetão,
essa postura representa um desrespeito aos espaços de decisão da Universidade.

Durante o Conselho deste mês uma professora da Faculdade de Direito apresentou uma série de argumentos jurídicos para a não realização do plebiscito. Dentre eles o fato de o texto do estatuto sobre a gratuidade não contrariar a Constituição, que já estabelece a gratuidade do ensino em espaços oficiais. Se fosse pra UFF seguir a Constituição, esses cursos jamais existiriam, e se esse fosse o argumento para que o plebiscito não se realizasse, acabariam no dia seguinte com os cursos pagos?
Sabemos que essa é mais do que uma decisão jurídica. Nesse plebiscito vão se enfrentar projetos antagônicos de universidade e quem tem que decidir sobre eles não é um grupo de professores iluminados que votam pensando no seu interesse particular. O plebiscito da UFF é um marco no processo democrático da universidade brasileira, pois pela primeira vez os estudantes, professores e servidores vão decidir com voto universal o que acontecerá na
universidade.

Para definir o assunto, foi marcado para o dia 14, no auditório Milton Santos, na Geociências, *já nas férias,* um Conselho Universitário extraordinário com pauta única do Plebiscito.

Essa é mais uma das muitas tentativas da Reitoria de passar por cima da comunidade acadêmica. Defender esse plebiscito é fundamental. Por isso, *convocamos  todos os estudantes da UFF, de Niterói e do Interior, Centros e Diretórios Acadêmicos, sindicatos e demais entidades do Rio de Janeiro comprometidas com uma universidade gratuita e democrática para encher o auditório nesse Conselho Universitário* .

*COLETIVO NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA*
Lucas de Mello
Coletivo Nós Não Vamos Pagar Nada
DCE Livre Fernando Santa Cruz – UFF
(21) 80304098, (27) 99178682

sábado, 10 de julho de 2010

Participação vitoriosa da Chapa 4 – Revida, Minerva! nas eleições do DCE-UFRJ!

O Movimento Quem Vem Com tudo Não Cansa apresenta ao conjunto dos estudantes e da comunidade acadêmica sua avaliação das eleições para o Diretório Central dos Estudantes da UFRJ. 
 
Construímos a Chapa 4 – Revida, Minerva!, formada pelo nosso Movimento, pelo coletivo de estudantes do alojamento da UFRJ e pelo Movimento A Plenos Pulmões, o que para nós significou um importante passo para a unidade do movimento estudantil combativo e independente da UFRJ.

A realização das eleições em final de período, durante provas e de jogos da Copa do Mundo, por opção da gestão majoritária do DCE e da UNE, sem dúvida comprometeu o processo do ponto de vista político. Isso significou pouquíssimo tempo de campanha, dificuldade para debater com o conjunto dos estudantes e a inviabilização da convocação de debates entre as chapas pela Comissão Eleitoral.

Mesmo com todas essas dificuldades, nos esforçamos ao máximo para intervir no processo e achamos que o resultado, nesse cenário, foi o melhor possível. Conseguimos pautar temas que para nós são essenciais para o avanço das lutas dos estudantes da UFRJ e apresentar uma alternativa concreta de enfrentamento ao Reuni, que agora se materializa no dia-a-dia dos cursos, diante da paralisia das duas últimas gestões do DCE (chapa 2). Num momento em que o que há de mais velho no movimento estudantil, a UNE (chapa 1), se apresentava como o “novo” e usava todo o seu aparato para tentar ganhar as eleições, ficou ainda mais clara a necessidade de um projeto concreto para enfrentar esse braço de Lula no movimento estudantil.

Isso demonstrou que os estudantes não precisavam aceitar a polarização reducionista entre a continuidade de uma gestão paralisada (que ficou sem linha para enfrentar o Reuni, lutar por assistência e levar tudo isso às últimas conseqüências com a construção de um novo movimento estudantil) e a UNE (vendida ao governo e reitorias e incapaz de tocar qualquer luta). Na nossa avaliação, cumprimos o papel de apresentar uma alternativa de luta e combativa, que realmente possa enfrentar o governo, seus ataques e a UNE, sem cair no imobilismo que marcou as duas últimas gestões do DCE.

Os mais de 1.000 votos que recebemos comprovam a consolidação dessa alternativa, que não se faz apenas eleitoralmente, mas principalmente com atuação com o conjunto dos estudantes durante o ano. Colocamos a necessidade de criar as pautas de reivindicações especificas em cada curso, fazendo as mobilizações pelas unidades para elevar o patamar e unificar as lutas hoje existentes na UFRJ. Pautamos o debate sobre assistência estudantil e uma política diferenciada de acesso à UFRJ, inseridos no marco da construção de uma universidade comprometida com os trabalhadores e os problemas da sociedade.

A reeleição da atual gestão, ainda que marque a vitória de uma chapa contrária aos projetos de sucateamento do governo Lula, precisa ser entendida em suas limitações. Os últimos anos mostraram que a unidade artificial é insuficiente pra construir conseqüentemente a luta em defesa da universidade. Não por acaso, a atual gestão teve mais uma vez uma significativa redução de seus votos nessas eleições. Iremos compor a próxima gestão do DCE através da proporcionalidade e nossa luta desde já é para retirá-lo da paralisia. Venha você também participar desse movimento e juntos construamos muitas lutas!


Resultado das Eleições do DCE-UFRJ
Chapa 1 - Um novo enredo - 1851

Chapa 2 - UFRJ que queremos - 2555

Chapa 3 - Correnteza - 588

Chapa 4 - Revida, Minerva - 1020

Chapa 5 - A UFRJ pode - 823

nulo/ branco - 102

Total - 6939


Fonte: http://movimentoquemvemcomtudonaocansa.blogspot.com/

Enecom Paraíba 2010

Salve salve!

A Comunicação Popular através do processo de consciência e libertação do povo. Este é o tema do Enecom 2010, que terá como sede a Universidade Federal da Paraíba.

O Encontro Nacional de Estudantes de Comunicação Social chega a sua 31ª edição e tem como proposta aglutinar estudantes em torno da discussão e construção de uma comunicação pautada na ação libertadora do povo. Para isso, vamos nos aproximar das experiências de Comunicação Popular e trocar ideias com estudantes de comunicação social de todo o Brasil, e mais avançar na organização estudantil em torno das bandeiras de Democratização da Comunicação, Combate às Opressões e a Qualidade de Formação do Comunicador , que são levantadas pela Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social, a ENECOS.



o QUE é que vai ROLAR?!?

O Enecom 2010 está cada dia mais próximo e todo mundo está muito ansios@ para saber o que vai rolar por aqui, não é? Vamos logo adiantar que a programação está bastante interessante!

Este ano, o encontro tem como tema a Comunicação e a Cultura Popular. Por isso, todas as atividades estão articuladas com o propósito de aprofundar a temática, além de organizar os estudantes em torno das bandeiras da Enecos, a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social.

Serão realizados 4 painéis, mini-cursos e oficinas, núcleos de experiências, os GET'S, apresentações de trabalho, a III Mostra de Cinema Paraibano e muito mais. As inscrições para mini-cursos, oficinas e núcleos de experiências serão realizadas no credenciamento das delegações.

Para receber certificado, os encontristas deverão participar de no mínimo 75% das atividades. As culturais serão divulgadas em breve, por isso continue ligado no nosso blogue: http://enecomparaiba2010.blogspot.com


O enecom acontece de 25 de julho a 1º de agosto.

Que a comunicação se pinte de Povo!!!

Fonte: http://enecomparaiba2010.blogspot.com

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Greve estudantil para Costa Rica


Por Rose Cerqueira
É fato, a ponta da lança na maioria das revoltas e revoluções em todo mundo são estudantes. Isso devido ao ambiente de conhecimento e por ímpeto ter a deliciosa e prazerosa rebeldia juvenil que os lança contra o sistema munidos de utopias e desejos de mudança em busca de justiça. Assim tem sido em Porto Rico desde abril quando os estudantes da Universidade  de Porto Rico decidiram dizer um basta a tentativa de retirada da autonomia universitária em uma memorável greve com mais de 20 mil estudantes universitários nas ruas e no campus dizendo não a privatização do ensino público do país.
No dia 21 de abril de 2010 os estudantes se posicionando contra uma nova lei que prepara a privatização da instituição, privando a universidade de recursos, assim como também a saúde, a cultura e a assistência social. Em menos de uma semana o que se tratava apenas de um movimento restrito aos estudantes tornou-se uma luta nacional. Foi como se as esperanças e os sonhos de uma nação tivessem sido reavivadas e o povo começou a identificar na luta particular dos jovens do país um projeto de nação o que fez os estudantes perceberem que a questão era muito mais profunda e isso revigorou o desejo de liberdade do povo porto-riquenho.
A lei que levou os estudantes às ruas acabou por provocar o congelamento de salários dos trabalhadores públicos e estes, por sua vez, também se organizaram e mais de 15 mil foram para as ruas defender seus direitos e os serviços públicos em geral. Como a população mais pobre depende dos serviços públicos no que diz respeito à educação, saúde e assistência social, o apoio às lutas dos trabalhadores e estudantes foi imediato.
Há cinco anos, em 2005, os estudantes universitários já haviam realizado greves, para paralisar o processo da privatização. Em quase toda a America Latina o processo de privatização se faz de forma rasteira e lenta, isso é uma realidade. Mas esse ano o estopim para a paralisação geral em Porto Rico foram as medidas de redução do orçamento e o aumento do valor da matrícula que provocou também outros setores e a explosão grevista deixou o país em uma situação insustentável.
Foram dois meses de luta firme e como sempre os estudantes enfrentaram violenta repressão. O governo ordenou fechar a instituição impedindo a entrada de água e alimentos. Apesar das medidas violentas, o povo, solidário encontrou maneiras de fazer chegar a comida e a água. A ação do governo contra o movimento despertou o país e sindicalistas, artistas e trabalhadores  realizaram marchas e atos políticos contra a ordem vigente em favor da causa estudantil e da nação porto-riquenha.
O governo ameaçou suspender o ano acadêmico e declarou que a UPR iria perder sua condição de universidade pública. A alegação era que a greve era abusiva, ilegal e, por isso, não media esforços para reprimir e criminalizar a luta. Nada diferente do que acontece por essas bandas, tudo muito igual a cartilha neoliberal que o governo Lula segue quando se ousa contestar suas políticas e romper com a ordem.
Contudo, os estudantes não se intimidaram. Exigiram negociações e mantiveram a greve. O processo de mobilização popular tomou proporções  gigantescas e o governo teve de recuar, abrindo negociações.
Nesse momento entrou em cena a mídia local. Travou-se uma guerra midiática. Na televisão o governo e entidades empresariais gastaram fortunas tentando convencer a população de que a greve não era bom para o povo porto-riquenho. Mas os estudantes reagiram através da “Rádio Huelga” (http://radiohuelga.com/wordpress), instrumento pelo qual mantinham diálogo com o povo, convencendo-o de que o povo unido alcança a vitória.

Os estudantes seguiram até o fim do mês de junho em resistência acampado no campus de Río Piedras. Segundo informação do site bandera.org, o governo cedeu e as manifestação deram uma pausa e os estudantes voltarão às aulas em agosto.
Durante o período acampados, os estudantes da UPR realizaram atos, fizeram formaturas simbólicas, criaram hortas comunitárias, fizeram limpeza, promoveram teatro, convocaram a população para visitar o campus, para apresentar uma proposta de uma universidade autossustentada, autônoma, e livre para pensar a realidade nacional.
Um país ferveu e a estrutura do sistema imperialista na America Latina foi abalado e  o Brasil não soube porque nossa imprensa estava mais interessada em noticias as trivialidades da seleção brasileira de futebol na África a estampar para os brasileiros a força de um povo lutando em prol de um bem maior que é a sua soberania.
Veja a fala dos estudantes numa mensagem ao país!

http://www.youtube.com/watch?v=ED03HiVzRd0 e a carta após a greve http://www.bandera.org/articulos/upr/%C2%A1vencimos


Vídeos da ENECOS: gestão aos que virão

por Rose Cerqueira

A atual gestão da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação - ENECOS lançou no youtube um vídeo com algumas fotos que sintetizam as atividades e os momentos em que o Movimento Estudantil da Comunicação, através da entidade, esteve presente na luta contra o sistema e em defesa do direito a comunicação, do profissional de comunicação e a educação pública de qualidade.

O Vídeo postado desde o dia 25 de junho que tem como trilha sonora Mistério do Planeta, bela canção de Luiz Melodia, até a presente data já recebeu cerca de 300 acessos.

A Enecos, Gestão Nacional 2010 toca a campanha nacional de Diretrizes Curriculares; luta pela regulamentação do trabalho em comunicação e por uma sociedade livre da opressão.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Movimento Estudantil - ESTUDANTES FAZ A HISTÓRIA


O movimento estudantil, embora não seja considerado um movimento popular, dada a origem dos sujeitos envolvidos, que, nos primórdios desse movimento, pertenciam, em sua maioria, a chamada classe pequeno burguesa, é um movimento de caráter social e de massa. É a expressão política das tensões que permeiam o sistema dependente como um todo e não apenas a expressão ideológica de uma classe ou visão de mundo.
Em 1967, no Brasil, sob a conjuntura da ditadura militar, esse movimento inicia um processo de reorganização, como a única força não institucionalizada de oposição política. A história mostra como esse movimento constitui força auxiliar do processo de transformação social ao polarizar as tensões que se desencadearam no núcleo do sistema dependente. O movimento estudantil é o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas na sociedade. Sua ação histórica e sociológica tem sido a de absorver e radicalizar tais tensões. Sua grande capacidade de organização e arregimentação foi capaz de colocar cem mil pessoas na rua, quando da passeata dos cem mil, em 1968. Ademais, a histórica resistência da União Nacional dos Estudantes (UNE), como entidade representativa dos estudantes, é exemplar. Concebida, em 1910, no I Congresso Nacional de Estudantes, em São Paulo, só em 1937 é efetivada sua fundação, coincidindo com a instauração da ditadura do Estado Novo. Esse surgimento sendo —fruto de uma tomada de consciência quanto a necessidade de organizar, em caráter permanente e nacional, a atuação política dos jovens brasileiros.“ (JOVEM..., 1986, p.69). Desde então, uma história de participação nos principais episódios políticos do Brasil tem decorrido, em campanhas aqui exemplificadas: contra o Estado Novo (1942); contra o eixo e a favor dos aliados (1943); —o petróleo é nosso“ (1947); contra a internacionalização da Amazônia (1956/1958); pela criação de indústrias de base e reforma agrária (1958); de oposição ao regime militar (1964-1989); a favor da anistia (1979); —diretas já“ (1984); contra a dívida externa (1986); por uma universidade pública e gratuita (1987); —fora Collor“ (1993), entre muitas outras, demonstram como os estudantes foram se aproximando, cada vez mais, das lutas populares. Tudo isso, apesar da repressão política, intensifica-se com o golpe militar de 1964. A Lei nº 4.464, de outubro de 1964, chamada Lei Suplicy de Lacerda, elimina a UNE como representação nacional, limitando a representação estudantil ao âmbito de cada universidade. O Decreto- Lei nº 252/67, em seu Artigo 2 vetou a ação dos órgãos estudantis em qualquer manifestação político-partidária, social ou religiosa, bem como apoio a movimentos de grevistas e estudantes. Esse clima de controle, ameaça e insegurança individual atingiu todas as atividades relacionadas ao fazer educativo, principalmente com o conhecido Ato Institucional No5 (AI - 5) que, em dezembro de 1968, retira do cidadão brasileiro todas as garantias individuais, públicas ou privadas, institui plenos poderes ao Presidente da República para atuar como Executivo e Legislativo. Ou ainda, com o Decreto- Lei No 477, de fevereiro de 1969, que proibia todo o corpo docente, discente e administrativo das escolas a qualquer manifestação de caráter político ou de contestação no interior das universidades. Entretanto, reconstruída em 1979, já em setembro de 1980, mobiliza cerca de um milhão de estudantes, numa greve geral de três dias, exigindo a anistia (ampla, geral e irrestrita) dos exilados e presos políticos, e em 1981, 400 mil estudantes realizam greve nacional diante da recusa do então Ministério da Educação e Cultura (MEC), em atender as reivindicações propostas pelos estudantes. A consciência dos direitos individuais vem acompanhada da certeza de que esses somente se conquistam numa perspectiva social e solidária. Assim é que surgem as associações de bairro, os grupos ecológicos, os sindicatos de trabalhadores, os grupos de defesa da mulher e também as entidades estudantis - Diretórios Centrais, União Estadual, Centros Acadêmicos, Executivas Nacionais - como órgãos representativos desse setor social. E a UNE deixa de ter caráter unificador dos anseios da população, para ser um órgão de atuação mais específica das escolas.
Fonte: centro de ciências da educação -FAED